Ontem resolvi arrumar meu armário...quis organizar pedaços da minha vida impressos em carteiras de estudante vencidas, fotos, textos e mais textos em xerox, cartas antigas, agendas velhas, desenhos, rabiscos e poemas...e agora consegui enfim acabar a arrumação e nossa!!!! Como eu me sinto feliz!!! A razão dessa felicidade foi um encontro com uma agenda antiga...bom, vou explicar:: quando era adolescente (14 anos) eu descobri os prazeres da internet e na época me deslumbrei com o fato de poder conversar com outras pessoas em bate-papos virtuais...era muito bacana porque numa conversa virtual eu podia (posso) brincar de ser tudo: cinderela à bruxa, patinho feio à príncipe encantado...e eu inventava nomes, personagens, etc...mas o personagem que eu mais gostava de inventar era uma versão do que eu queria ser “quando crescer”... inventava que era uma estudante de jornalismo que morava em Belo Horizonte, no bairro Floresta (o único que conhecia na época) e trabalhava com jornalismo cultural, hahaha é verdade (sonho antigo)...eu achava muito chique falar que era jornalista e como eu não tinha noção do que era internet na verdade, eu ficava com medo de falar que era de sete lagoas e as pessoas me reconhecerem...hehehe... e inventava idades mais avançadas para conversar com pessoas mais interessantes...e de repente, cá estou...eu realmente morei em bh no bairro floresta (e to voltando p/ lá), eu realmente virei jornalista, e realmente trabalho com cultura...devo me sentir feliz, não devo??? A gente passa a vida inteira buscando o excepcional, passa a vida inteira achando que as coisas sempre poderiam estar melhores e quando voltamos ao passado é que valorizamos o que somos hoje (isso, quando as pessoas conseguem fazer essa auto-análise e reconhecer que estão melhores)...bom, o otimismo tomou conta de mim hoje (graças a um armário bagunçado) hehe..

“não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingindos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes” Rubem Alves
se é bom ou se é mau, só o futuro dirá

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