larissa

O fim de semana foi uma loucura...Trabalhei até às 19h, tomei um banho rápido, fui ajudar na organização da festa de minha irmã e cunhada...uma noite longa, alguns grandes amigos, outros tantos desconhecidos numa festa que prometia mais do que alegrou...enfim, esperávamos mais, curtimos menos, e a festa ainda me rendeu uma enorme dor de cabeça e o fim de uma relação de quatro anos e meio...é, terminei um namoro que já se arrastava, desrespeitava e tensionava a cada dia...me dei o direito de passar um dia inteiro em depressão profunda...eita sábado triste...no domingo, já um pouco melhor fui para um clube: eu, minha cunhada, minha sobrinha, a filha de uma amiga e outra amiga...estava eu sentada no raso de uma piscina infantil quando Larissa (uma nova amiga de 08 anos de idade) se aproximou...pediu que lhe desse a mão para mergulhar... (pensei, uma menina tão grande numa piscina que bate nas canelas tem dificuldade de mergulhar?)...viro para o lado e enxergo os pais da garota sentados em uma mesa...do lado, a cadeira de rodas dela...da pequena Larissa...entendi o motivo de tamanha dependência e continuei ajudando a garota a mergulhar...entre conversas, ela me disse que sua mãe tb chama Roberta...que coincidência...continuei a brincadeira quando de repente ela olhou para mim e disse: “sabe, roberta. Eu queria morrer...”, sem pensar indaguei logo “por que, Larissa?”...ela olhou firmemente nos meus olhos e disse “porque Deus não vai me fazer andar”....senti meu coração dando nó, um amargo na garganta, os olhos enchendo d´àgua...um vazio imenso e acima de tudo um peso enorme em minha conciência...eu, triste com o fim de uma história da minha vida, que é realmente triste, mas não é o fim do mundo e a minha nova amiga ali, observando as crianças correndo, pulando na piscina, nadando, etc... sem poder fazer nada disso...fiquei atordoada com aquela conversa...senti um misto de peso na consciencia, revolta com o mundo que a fez pensar assim, e com uma certeza de que pelo menos naquele dia eu podia fazer a Larissa feliz...voltei para a piscina, procurei ela novamente, peguei-a pelos braços e brincamos o dia inteiro...ela disse que nunca tinha ido no fundo...levei-a, mergulhei com ela no fundo, ensinei ela a boiar, coloquei-a de pé, enfim, enquanto eu fiz o domingo dela ser melhor...ela me passou um ensinamento para a vida inteira...nada nessa vida é tão grave e sério que não possamos superar...há sempre situações bem mais difíceis que a nossa...tristeza? não a tenho mais...só grandes coisas para aprender e melhorar...

Um comentário:

Anônimo disse...

Chorei.

Normal vindo de mim, ne?

Mas que fique uma coisa a você, amiga querida: cada um sabe aquilo que lhe faz triste. É sentimento de dentro e não de fora. Tristezas não se comparam.

Um beijo.