Marcelo, Marmelo, Martelo

Aos 25 anos de idade, me sinto cada vez mais criança....
A correria, as chateações, as desilusões da vida adulta me levam cada vez mais a me esconder no meu “mundo imaginário”...mundo que comecei a criar ainda criança (de verdade!)...é nele que tenho tudo o que quero: um bom emprego, uma casa com varanda e quintal para plantar minhas hortaliças, um companheiro que me admira, etc...
Quando criança, era nesse mesmo mundinho que eu sonhava em ser grande (frustração ainda permanente, rss), era nele que eu sonhava em ganhar o carro conversível da barbie (ganhei da minha prima, no meu aniversário de 25 anos, rss), era nele que eu questionava os porquês dos nomes, das palavras, das letras, das notícias (fui ser jornalista e fazer Facul de Letras por causa desses questionamentos)...
Ai, como é doce e amargo o meu “mundo imaginário”,...lá dentro dele muitas coisas se dispersaram com o passar dos anos, outras ficaram mais evidentes, e outras passaram a me intrigar ainda mais...
Sabe aquele filme que se chama “Antes de Partir” lançado no Brasil este ano, com Jack Nicholson e Morgan Freeman? Aquele que conta a história de dois homens com câncer em estágio terminal, que resolvem fugir do hospital para pôr os pés na estrada com uma lista de coisas que gostariam de fazer antes de morrer? Pois é, não estou próxima de morrer (bom, assim espero né?) mas tenho pensado muito no meu mundo imaginário...pensando naqueles sonhos que posso tornar realidade...pensando no que ainda me intriga...e no que eu deixei de saber e agora faço questão...
Parece que não tem nada a ver, mas lembrei de um livro que li quando criança que se chamava “Marcelo, Marmelo, Martelo”...fui na enorme biblioteca de D. Nalda (minha mãe) e comecei a procurá-lo alucinada. Enquanto revirava as estantes, lembrei da capa do livro com detalhes em amarelo, lembrei do cheiro de feijão cozinhando enquanto eu o lia, lembrei da terra que tinha na parte da frente da minha casa, lembrei do quanto eu já quis relê-lo depois de adulta..enfim, não achei o livro....mas pensei que era “quase uma obrigação” eu ler esse livro de novo e satisfazer o meu mundo imaginário das idéias de Marcelo, Marmelo, Martelo...enfim, fui no google, procurei algo sobre o livro e já fiz o pedido de um exemplar num site de compras....hehehe...
* Detalhe: o post não tem nada com nada, mas tudo bem...enfim, não era p/ ter sentido mesmo....

verdade

Meus sentimentos não são os mais nobres....
Tenho raiva, impaciência e muita, muita vontade de cuspir verdades...se fazem mal ou bem só o tempo e Deus dirão...
Mas tenho cuspido verdades, verdades que causam dor, verdades inconvenientes, verdades mal ditas, verdades indelicadas, mas acima de tudo verdades...
e não me sinto bem em dizê-las...não mesmo...sinto um verdadeiro incômodo...mas não tô me contendo dentro de mim...quando raciocínio melhor, quando penso no valor e importância destas verdades me perco...me machuco, porque muitas delas poderiam simplesmente não serem ditas...
antes de dormir penso "será que valeu a pena dizer aquilo?" Aí desmaio de sono sem chegar a uma definição...mas ao abrir os olhos sinto um ligeiro bem estar de não estar engasgada com algo que estou sentindo...
Pra piorar sempre tem alguém me forçando a isso, sempre vem alguém me cobrando e pedindo para resolver suas verdades ocultas e eu volto a me sentir forte, pronta para "ajudar a revelar mais e mais verdades"...
Meus sentimentos não são os mais nobres...não chegam nem a ser nobres....
Mas é que eu não tô me contendo...


"No pais do futebol
eu nunca joguei bem
Poderia ser um sintoma
mas meu jogo de cintura
se manifestou de outro jeito
É que eu não sei mentir
Eu tento, eu tento
mas muitas vezes
tudo acaba em gargalhada
Eu me entrego no olhar
gaguejo, espero pra ver se colou
é sempre fácil perceber
que eu não sei mentir
é sempre fácil perceber
que eu não sei mentir direito

Eu não sei mentir direito, não
Eu não sei mentir direito

Até que um dia uma pessoa me falou
que a minha falta de malicia
era o negativo de uma mesma foto
avesso esperto da malandragem
que se manifestava
naturalmente difícil
Que se manifestava
naturalmente dificil
Ele disse que sou confuso
mas sou claro
E é por isso que eu cheguei inteiro
até aqui
Justamente eu, justamente eu
Justamente eu que não sei mentir direito"