ensaio sobre a lua

Céu claro
Brisa noturna
Grama molhada e fria
Laranja, enorme bola laranja que exerce um poder incrível, um fascínio, uma vontade louca de enlouquecer....
*A lua, vista em Sete Lagoas, estava incrível ontem...mas os desconcertos da fotógrafa fizeram sua luz movimentar...as fotos ficaram quase incompreensíveis, mas vale o post....

Acordei com o friozinho básico que inicia o dia...o corpo ainda quente dos lençóis pedia um pouco mais de cama...
Estrada...
Pouca quilometragem...pouco assunto...mistura de ânsia, medo, expectativa...
Um papo aqui, outro ali – eu e ela (a serenidade) sabíamos bem, a intuição falava alto...a certeza da enorme carga que ia chegar...
Rodoviária...
Gente indo, gente vindo, vão ansiedades, vêm tristezas, vêm corações aliviados, vão corações angustiados, mistura de cheiros, mistura de figuras, saudades, decepções...tudo ali impressos diante do meu nariz...as bagagens? Individuais...as bagagens expostas variam de tamanho...as interiores também, imagino, as interiores são ainda mais individuais...
Enfim, a carga...
Não tive pena, não chorei, não quis parecer fria demais...e nem receptiva demais... é muito fácil pedir abrigo, o difícil é retribuir...nem foi aquilo que imaginei...ela (a serenidade) também não se emocionou...estava preparando o terreno há dias...também ficou calma, um pouco mais receptiva, é verdade, mas também estava calma...o coração estava preparado...a carga estava aí, bem chorosa, bem falante, bem nervosa, bem preocupada...os vazios das conversas estavam me incomodando...logo alguém falava alguma coisa para o vazio não ficar tão desconcertante...fiquei quieta, respondendo silabicamente, queria analisar mais do que falar...queria sentir mais do que expressar...
Estrada de novo...O vazio continuava...a carga falava sem parar para escutar sua própria voz... ao meu lado, ela, a serenidade...que de forma bem humana explicava os futuros procedimentos...reforcei as normas...silêncio...dirigi calada, olhava pelo retrovisor o ser, o ser humano dito carga...olhava o que o ser humano pode ser capaz de fazer com ele mesmo...vi o desgaste físico, vi o desgaste emocional, vi, literalmente a degradação, o fim do poço, o fim da dignidade...não quis ver o futuro, palavra de espanto até em mim...FUTURO...
Existe alguém no meu mundo
Alguém que desejo bem acima de tudo
Alguém que idolatro, admiro, me faz bem, me faz filha, me faz adulta, me faz jornalista, me faz professora, me faz ser forte, me faz ser frágil, me faz ser dona do meu nariz...
Esse alguém atende pelo nome de Regina, Regis, Reginalda, Nalda, Bú, Binha, e acima de tudo Mãe...

“ela me faz tão bem, ela me faz tão bem, que eu também quero fazer isso por ela”

DRIVE MY CAR

montagem: meus duendes e o sapo viajando no carro da barbie que Isa me deu...

Baby you can drive my car
Yes I'm gonna be a star
Baby you can drive my car
And maybe I love you
Beep beep'm beep beep yeah