Pronto, estou acabada...as festas foram boas mas, enfim, o natal passou...tempo de reencontrar velhos amigos, tempo de comer demais, tempo de beber demais, tempo de remexer no passado e ativar a memória que as festas de fim de ano insistem em nos trazer a tona...todo clima de fim de ano é assim; vamos lá, pegamos todo o nosso passado, batemos no liquidificador e depois engolimos tudo com muita cerveja, vinho, pernil, castanha, capelete (aqui em casa, claro)...pronto, estou acabada...hora de juntar os cacos para mais festa...reveillon...e vixi, ainda tem tanta coisa para divertir, tanta coisa para querer mudar, tanta coisa para agradecer, tanta gente pra rever, e enfim...deixa eu ir dormir...amanhã penso mais sobre isso...hohoho, papai noel não é gordo atoa...hehehe
O Natal se aproxima...
A nostalgia também...
O emprego não veio...
E na balança a massa gorda continua...
Entre madeiras formando um retângulo está minha visão de mundo: a janela.
Um verão tranqüilo com chuva e sol lá fora...
Da minha janela um céu cinzento e bonito se espalha, vai engrossando seus contornos, e cada vez mais o cinza vai escurecendo...é bem bonito a rua calma e o céu cinzento da minha janela...bem diferente das imagens dos jornais...céu cinzento=chuva=barracos no chão=enchente=desastres...a chuva cai e começo a meditar sobre meu ano...a chuva atrapalha meus pensamentos...
penso nas favelas e seus moradores...crianças, jovens e adultos que circulam entre a pobreza e a miséria...entre a má educação e a falta de estrutura...durante o ano nas favelas os moradores acumulam lixo em todo canto...fazem “gato” de água e luz e desperdiçam bastante...quando chega o fim do ano as conseqüências da má educação também se acumulam...os lixos entopem os bueiros e lá se vão problemas...gente morrendo, ratos distribuindo doenças no esgoto a céu aberto...
da minha janela não se vê nada disso...da minha janela vejo lixo nas lixeiras...
A classe média tem lixeiras e pessoas para catar seus lixos...
da minha janela vejo a rua calma e a água escorrendo ao lado do meio-fio...
A classe média tem passeio, meio-fio, água encanada e esgoto...
Do lado de dentro da minha janela posso deitar no sofá comendo pipoca e assistir a um bom filme enquanto a chuva cai...
Do lado de dentro da minha janela vejo a cruel realidade pelos jornais...
Do lado de dentro da minha janela consigo pensar que apesar de não estar exatamente feliz também não estou triste... é...meu ano não foi ruim não....aprendi bastante...refleti bastante...sou, com certeza, uma pessoa melhor do que fui no ano anterior e ainda melhor que nos outros anos...talvez um pouco mais gorda, um pouco mais impaciente e um pouco mais solitária...de volta à janela penso que somos sim responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas...mas admito que uma forcinha de outras pessoas, entidades, empresas, amigos, familiares e Deus sempre vai bem...
A nostalgia também...
O emprego não veio...
E na balança a massa gorda continua...
Entre madeiras formando um retângulo está minha visão de mundo: a janela.
Um verão tranqüilo com chuva e sol lá fora...
Da minha janela um céu cinzento e bonito se espalha, vai engrossando seus contornos, e cada vez mais o cinza vai escurecendo...é bem bonito a rua calma e o céu cinzento da minha janela...bem diferente das imagens dos jornais...céu cinzento=chuva=barracos no chão=enchente=desastres...a chuva cai e começo a meditar sobre meu ano...a chuva atrapalha meus pensamentos...
penso nas favelas e seus moradores...crianças, jovens e adultos que circulam entre a pobreza e a miséria...entre a má educação e a falta de estrutura...durante o ano nas favelas os moradores acumulam lixo em todo canto...fazem “gato” de água e luz e desperdiçam bastante...quando chega o fim do ano as conseqüências da má educação também se acumulam...os lixos entopem os bueiros e lá se vão problemas...gente morrendo, ratos distribuindo doenças no esgoto a céu aberto...
da minha janela não se vê nada disso...da minha janela vejo lixo nas lixeiras...
A classe média tem lixeiras e pessoas para catar seus lixos...
da minha janela vejo a rua calma e a água escorrendo ao lado do meio-fio...
A classe média tem passeio, meio-fio, água encanada e esgoto...
Do lado de dentro da minha janela posso deitar no sofá comendo pipoca e assistir a um bom filme enquanto a chuva cai...
Do lado de dentro da minha janela vejo a cruel realidade pelos jornais...
Do lado de dentro da minha janela consigo pensar que apesar de não estar exatamente feliz também não estou triste... é...meu ano não foi ruim não....aprendi bastante...refleti bastante...sou, com certeza, uma pessoa melhor do que fui no ano anterior e ainda melhor que nos outros anos...talvez um pouco mais gorda, um pouco mais impaciente e um pouco mais solitária...de volta à janela penso que somos sim responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas...mas admito que uma forcinha de outras pessoas, entidades, empresas, amigos, familiares e Deus sempre vai bem...
Homenagem:
Sete Lagoas, 08 de dezembro de 2007
Pequeno,
Decidir é a palavra do dicionário brasileiro que me causa mais espanto, porque ao mesmo tempo em que ela representa liberdade (porque as decisões de toda nossa vida só cabem à gente mesmo) ela também traz a sensação de prisão (as decisões tomadas de forma errada parecem amarras que nos prendem a vida inteira)...e as decisões começam bem cedo...ainda criança temos que decidir entre um brinquedo ou outro, na adolescência acontece uma explosão de decisões: qual roupa vestir, qual amigo é verdadeiro, com quem vai ser o primeiro beijo, etc... Rubem Alves costuma dizer que os adolescentes sempre têm os bolsos cheios de certezas. “Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão. Seria muito mais racional e menos doloroso que eles fossem obrigados a escolher a mulher ou o marido ao invés da profissão, porque hoje o casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. Casar e descasar são coisas que se resolvem rápido. Mas, com a profissão não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. Na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo pra crescer. A viagem para a faculdade dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar e não gostar? Nada garante...É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade”.
Pronto, você chegou (aliás, está chegando, hehe) no próximo passo além da universidade...as dúvidas permanecem mas a vida te joga outra decisão...e agora? “Entregar-se a uma profissão é igual a entrar para uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem votos de castidade, pobreza e obediência. Pois, no momento em que você escrever a palavra fatídica no espaço em branco, você estará fazendo também os seus votos de dedicação total á sua ordem. Cada profissão é uma ordem religiosa, com seus papas, bispos, catecismos, pecados e inquisições. Se você disser que a decisão não é tão séria assim, que o que está em jogo é só o aprendizado de um ofício para se ganhar a vida e, possivelmente, ficar rico, eu posso até dizer: "Tudo bem! Só que fico com dó de você! Pois não existe coisa mais chata que trabalhar só para ganhar dinheiro. É o mesmo que dizer que, no casamento, amar não importa. É o mesmo que estar casado com alguém que você não gosta mas é obrigado a, diariamente, fazer carinho, agradar e fazer amor. Pode existir coisa mais terrível que isso? Pois é a isso que está obrigada uma pessoa, casada com uma profissão sem gostar dela.
O que eu queria dizer com isso tudo é que muitas escolhas e decisões ainda estão por vir...se que você já passou por várias delas e ainda terá mais uns bilhões de decisões por vir...todas elas de extrema importância para guiar seu destino...mas lembre-se sempre: a vida não é uma corrida em linha reta. Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de chegada. E nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida... A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..."Se, no meio da viagem você sentir enjôo ou não gostar dos cenários, puxe a alavanca de emergência e caia fora. Se, depois de chegar lá, ouvir falar de um destino mais alegre, ponha a mochila nas costas, e procure um outro destino.
Sorte, sensatez e muita felicidade em suas decisões, meu amor...e é claro que eu espero estar presente em suas próximas viagens e escolhas por muitos e muitos anos...Te amo gordinho!!!
Roberta Borato
Sete Lagoas, 08 de dezembro de 2007
Pequeno,
Decidir é a palavra do dicionário brasileiro que me causa mais espanto, porque ao mesmo tempo em que ela representa liberdade (porque as decisões de toda nossa vida só cabem à gente mesmo) ela também traz a sensação de prisão (as decisões tomadas de forma errada parecem amarras que nos prendem a vida inteira)...e as decisões começam bem cedo...ainda criança temos que decidir entre um brinquedo ou outro, na adolescência acontece uma explosão de decisões: qual roupa vestir, qual amigo é verdadeiro, com quem vai ser o primeiro beijo, etc... Rubem Alves costuma dizer que os adolescentes sempre têm os bolsos cheios de certezas. “Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão. Seria muito mais racional e menos doloroso que eles fossem obrigados a escolher a mulher ou o marido ao invés da profissão, porque hoje o casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. Casar e descasar são coisas que se resolvem rápido. Mas, com a profissão não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. Na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo pra crescer. A viagem para a faculdade dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar e não gostar? Nada garante...É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade”.
Pronto, você chegou (aliás, está chegando, hehe) no próximo passo além da universidade...as dúvidas permanecem mas a vida te joga outra decisão...e agora? “Entregar-se a uma profissão é igual a entrar para uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem votos de castidade, pobreza e obediência. Pois, no momento em que você escrever a palavra fatídica no espaço em branco, você estará fazendo também os seus votos de dedicação total á sua ordem. Cada profissão é uma ordem religiosa, com seus papas, bispos, catecismos, pecados e inquisições. Se você disser que a decisão não é tão séria assim, que o que está em jogo é só o aprendizado de um ofício para se ganhar a vida e, possivelmente, ficar rico, eu posso até dizer: "Tudo bem! Só que fico com dó de você! Pois não existe coisa mais chata que trabalhar só para ganhar dinheiro. É o mesmo que dizer que, no casamento, amar não importa. É o mesmo que estar casado com alguém que você não gosta mas é obrigado a, diariamente, fazer carinho, agradar e fazer amor. Pode existir coisa mais terrível que isso? Pois é a isso que está obrigada uma pessoa, casada com uma profissão sem gostar dela.
O que eu queria dizer com isso tudo é que muitas escolhas e decisões ainda estão por vir...se que você já passou por várias delas e ainda terá mais uns bilhões de decisões por vir...todas elas de extrema importância para guiar seu destino...mas lembre-se sempre: a vida não é uma corrida em linha reta. Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de chegada. E nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida... A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..."Se, no meio da viagem você sentir enjôo ou não gostar dos cenários, puxe a alavanca de emergência e caia fora. Se, depois de chegar lá, ouvir falar de um destino mais alegre, ponha a mochila nas costas, e procure um outro destino.
Sorte, sensatez e muita felicidade em suas decisões, meu amor...e é claro que eu espero estar presente em suas próximas viagens e escolhas por muitos e muitos anos...Te amo gordinho!!!
Roberta Borato
Solenidade...ela chega...repara as vestimentas dos outros convidados...fica um pouco incomodada... cumprimenta as pessoas de forma educada e senta-se a uma mesa com pessoas desconhecidas...ri, ri sempre um sorriso sem graça quando se vê em situações desconfortáveis...as pessoas da mesa reclamam do atendimento dos garçons...culpam os garçons, a falta de bebidas, a comida e, claro...os organizadores da solenidade...ela finge concordar para não ter que dizer o que pensa... e pensa muito... (ela pensa em como os garçons não tem culpa, ela pensa na economia que os organizadores da festa pensaram em ter colocando seus funcionários para trabalharem como garçons ou invés de contratar um bufê adequado...ela pensa no quanto é importante as profissões e como elas regem o mundo e é também por isso que existem estudos diversos, conhecimentos específicos, etc...e que cada profissional é importante naquilo que sabe)...seu pensamento é interrompido por mais um comentário maldoso sobre o prato que está sendo servido...ela dá mais um sorrisinho sem graça e tenta, com toda firmeza do mundo, concordar com o falante para ser cordial...todas àquelas mentiras que riu e disse para ser agradável começa a irritar seus pensamentos...pronto, está quase na hora de ir embora...ela é perguntada sobre sua vida, seus estudos, trabalhos...(pronto, mais um assunto chato que ela tenta desviar para não ter que assumir que formou há dois anos e que, no fim das contas, ela ainda não conseguiu um emprego e fica o dia inteiro em casa lamentando a falta dele enquanto manda currículos, inventa pinturas, desenhos, fotografias, filmes e pequenos freelas)...enfim a solenidade está chegando ao fim...ela se despede das pessoas que estão à mesa, chega em casa, tira o salto, lava o rosto e sai novamente de tênis, camiseta e mochila...enfim na mesa de um bar ela fala sobre a tal solenidade com alguns amigos sem entrar em detalhes sobre seus pensamentos...(então, ela pensa: ai, que saudade de escrever no meu blog...)
“eu voltei, agora p/ ficar....eu voltei, aqui é meu lugar”.....
“eu voltei, agora p/ ficar....eu voltei, aqui é meu lugar”.....
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