Prepes*
Embora eu acreditasse nas injustiças do mundo, na existência e proliferação de diversos tipos de preconceito...embora eu sempre ter questionado o surgimento desses preconceitos, eu jamais havia estudado tanto sobre eles como agora...em que mais uma etapa de aprendizagens começou (junto com a chegada do ano) na minha vida. Dia 10 iniciou-se o curso de pós-graduação em História e Cultura Afro-Brasileira na Puc-Minas (é tb por esse motivo que eu não escrevo no blog: falta de tempo por causa da pós)...e, desde então, todos os meus questionamentos a respeito da nossa descendência, das raízes da cultura popular, da diferença que se estabeleceu entre branco e preto e como os “brancos” conseguiram exercer soberania sobre os negros e escravizá-los, estão sendo aos poucos desmistificados na minha cabeça...mas toda essa aprendizagem, ao mesmo tempo que esclarece me causa revolta e me mostra como somos pequenos, como somos pequenos grãos de areia perto de um problema maior que o Saara (literalmente). De repente, vários historiadores, uma prof. de matemática e uma jornalista (no caso eu, hehe) descobrem que literalmente o “buraco é mais embaixo”. A arma? grandes mestres...professores do Prepes (Programa de Pós-Graduação “Lato Sensu”). A munição? nós alunos, prontos para serem disparados...os ingredientes dessas balas são as novas perspectivas e conhecimentos a respeito da NOSSA história que nunca havia merecido, sequer, um capítulo inteiro nos livros didáticos brasileiros que sempre se contentaram em apresentar os negros a partir da colonização...como se eles tivessem nascidos de “geração espontânea” nos navios negreiros que desembarcaram aqui...Os atingidos? Bom, se formos capaz, os atingidos serão todos aqueles que nos cercam, sejam eles alunos, amigos, leitores, etc...espero que tenhamos sorte nessa caminhada...
*aos novos amigos e companheiros de caminhada
Ontem resolvi arrumar meu armário...quis organizar pedaços da minha vida impressos em carteiras de estudante vencidas, fotos, textos e mais textos em xerox, cartas antigas, agendas velhas, desenhos, rabiscos e poemas...e agora consegui enfim acabar a arrumação e nossa!!!! Como eu me sinto feliz!!! A razão dessa felicidade foi um encontro com uma agenda antiga...bom, vou explicar:: quando era adolescente (14 anos) eu descobri os prazeres da internet e na época me deslumbrei com o fato de poder conversar com outras pessoas em bate-papos virtuais...era muito bacana porque numa conversa virtual eu podia (posso) brincar de ser tudo: cinderela à bruxa, patinho feio à príncipe encantado...e eu inventava nomes, personagens, etc...mas o personagem que eu mais gostava de inventar era uma versão do que eu queria ser “quando crescer”... inventava que era uma estudante de jornalismo que morava em Belo Horizonte, no bairro Floresta (o único que conhecia na época) e trabalhava com jornalismo cultural, hahaha é verdade (sonho antigo)...eu achava muito chique falar que era jornalista e como eu não tinha noção do que era internet na verdade, eu ficava com medo de falar que era de sete lagoas e as pessoas me reconhecerem...hehehe... e inventava idades mais avançadas para conversar com pessoas mais interessantes...e de repente, cá estou...eu realmente morei em bh no bairro floresta (e to voltando p/ lá), eu realmente virei jornalista, e realmente trabalho com cultura...devo me sentir feliz, não devo??? A gente passa a vida inteira buscando o excepcional, passa a vida inteira achando que as coisas sempre poderiam estar melhores e quando voltamos ao passado é que valorizamos o que somos hoje (isso, quando as pessoas conseguem fazer essa auto-análise e reconhecer que estão melhores)...bom, o otimismo tomou conta de mim hoje (graças a um armário bagunçado) hehe..
“não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingindos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes” Rubem Alves
se é bom ou se é mau, só o futuro dirá
“não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingindos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes” Rubem Alves
se é bom ou se é mau, só o futuro dirá
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