Pronto, estou acabada...as festas foram boas mas, enfim, o natal passou...tempo de reencontrar velhos amigos, tempo de comer demais, tempo de beber demais, tempo de remexer no passado e ativar a memória que as festas de fim de ano insistem em nos trazer a tona...todo clima de fim de ano é assim; vamos lá, pegamos todo o nosso passado, batemos no liquidificador e depois engolimos tudo com muita cerveja, vinho, pernil, castanha, capelete (aqui em casa, claro)...pronto, estou acabada...hora de juntar os cacos para mais festa...reveillon...e vixi, ainda tem tanta coisa para divertir, tanta coisa para querer mudar, tanta coisa para agradecer, tanta gente pra rever, e enfim...deixa eu ir dormir...amanhã penso mais sobre isso...hohoho, papai noel não é gordo atoa...hehehe
O Natal se aproxima...
A nostalgia também...
O emprego não veio...
E na balança a massa gorda continua...
Entre madeiras formando um retângulo está minha visão de mundo: a janela.
Um verão tranqüilo com chuva e sol lá fora...
Da minha janela um céu cinzento e bonito se espalha, vai engrossando seus contornos, e cada vez mais o cinza vai escurecendo...é bem bonito a rua calma e o céu cinzento da minha janela...bem diferente das imagens dos jornais...céu cinzento=chuva=barracos no chão=enchente=desastres...a chuva cai e começo a meditar sobre meu ano...a chuva atrapalha meus pensamentos...
penso nas favelas e seus moradores...crianças, jovens e adultos que circulam entre a pobreza e a miséria...entre a má educação e a falta de estrutura...durante o ano nas favelas os moradores acumulam lixo em todo canto...fazem “gato” de água e luz e desperdiçam bastante...quando chega o fim do ano as conseqüências da má educação também se acumulam...os lixos entopem os bueiros e lá se vão problemas...gente morrendo, ratos distribuindo doenças no esgoto a céu aberto...
da minha janela não se vê nada disso...da minha janela vejo lixo nas lixeiras...
A classe média tem lixeiras e pessoas para catar seus lixos...
da minha janela vejo a rua calma e a água escorrendo ao lado do meio-fio...
A classe média tem passeio, meio-fio, água encanada e esgoto...
Do lado de dentro da minha janela posso deitar no sofá comendo pipoca e assistir a um bom filme enquanto a chuva cai...
Do lado de dentro da minha janela vejo a cruel realidade pelos jornais...
Do lado de dentro da minha janela consigo pensar que apesar de não estar exatamente feliz também não estou triste... é...meu ano não foi ruim não....aprendi bastante...refleti bastante...sou, com certeza, uma pessoa melhor do que fui no ano anterior e ainda melhor que nos outros anos...talvez um pouco mais gorda, um pouco mais impaciente e um pouco mais solitária...de volta à janela penso que somos sim responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas...mas admito que uma forcinha de outras pessoas, entidades, empresas, amigos, familiares e Deus sempre vai bem...
A nostalgia também...
O emprego não veio...
E na balança a massa gorda continua...
Entre madeiras formando um retângulo está minha visão de mundo: a janela.
Um verão tranqüilo com chuva e sol lá fora...
Da minha janela um céu cinzento e bonito se espalha, vai engrossando seus contornos, e cada vez mais o cinza vai escurecendo...é bem bonito a rua calma e o céu cinzento da minha janela...bem diferente das imagens dos jornais...céu cinzento=chuva=barracos no chão=enchente=desastres...a chuva cai e começo a meditar sobre meu ano...a chuva atrapalha meus pensamentos...
penso nas favelas e seus moradores...crianças, jovens e adultos que circulam entre a pobreza e a miséria...entre a má educação e a falta de estrutura...durante o ano nas favelas os moradores acumulam lixo em todo canto...fazem “gato” de água e luz e desperdiçam bastante...quando chega o fim do ano as conseqüências da má educação também se acumulam...os lixos entopem os bueiros e lá se vão problemas...gente morrendo, ratos distribuindo doenças no esgoto a céu aberto...
da minha janela não se vê nada disso...da minha janela vejo lixo nas lixeiras...
A classe média tem lixeiras e pessoas para catar seus lixos...
da minha janela vejo a rua calma e a água escorrendo ao lado do meio-fio...
A classe média tem passeio, meio-fio, água encanada e esgoto...
Do lado de dentro da minha janela posso deitar no sofá comendo pipoca e assistir a um bom filme enquanto a chuva cai...
Do lado de dentro da minha janela vejo a cruel realidade pelos jornais...
Do lado de dentro da minha janela consigo pensar que apesar de não estar exatamente feliz também não estou triste... é...meu ano não foi ruim não....aprendi bastante...refleti bastante...sou, com certeza, uma pessoa melhor do que fui no ano anterior e ainda melhor que nos outros anos...talvez um pouco mais gorda, um pouco mais impaciente e um pouco mais solitária...de volta à janela penso que somos sim responsáveis por tudo que acontece em nossas vidas...mas admito que uma forcinha de outras pessoas, entidades, empresas, amigos, familiares e Deus sempre vai bem...
Homenagem:
Sete Lagoas, 08 de dezembro de 2007
Pequeno,
Decidir é a palavra do dicionário brasileiro que me causa mais espanto, porque ao mesmo tempo em que ela representa liberdade (porque as decisões de toda nossa vida só cabem à gente mesmo) ela também traz a sensação de prisão (as decisões tomadas de forma errada parecem amarras que nos prendem a vida inteira)...e as decisões começam bem cedo...ainda criança temos que decidir entre um brinquedo ou outro, na adolescência acontece uma explosão de decisões: qual roupa vestir, qual amigo é verdadeiro, com quem vai ser o primeiro beijo, etc... Rubem Alves costuma dizer que os adolescentes sempre têm os bolsos cheios de certezas. “Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão. Seria muito mais racional e menos doloroso que eles fossem obrigados a escolher a mulher ou o marido ao invés da profissão, porque hoje o casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. Casar e descasar são coisas que se resolvem rápido. Mas, com a profissão não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. Na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo pra crescer. A viagem para a faculdade dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar e não gostar? Nada garante...É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade”.
Pronto, você chegou (aliás, está chegando, hehe) no próximo passo além da universidade...as dúvidas permanecem mas a vida te joga outra decisão...e agora? “Entregar-se a uma profissão é igual a entrar para uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem votos de castidade, pobreza e obediência. Pois, no momento em que você escrever a palavra fatídica no espaço em branco, você estará fazendo também os seus votos de dedicação total á sua ordem. Cada profissão é uma ordem religiosa, com seus papas, bispos, catecismos, pecados e inquisições. Se você disser que a decisão não é tão séria assim, que o que está em jogo é só o aprendizado de um ofício para se ganhar a vida e, possivelmente, ficar rico, eu posso até dizer: "Tudo bem! Só que fico com dó de você! Pois não existe coisa mais chata que trabalhar só para ganhar dinheiro. É o mesmo que dizer que, no casamento, amar não importa. É o mesmo que estar casado com alguém que você não gosta mas é obrigado a, diariamente, fazer carinho, agradar e fazer amor. Pode existir coisa mais terrível que isso? Pois é a isso que está obrigada uma pessoa, casada com uma profissão sem gostar dela.
O que eu queria dizer com isso tudo é que muitas escolhas e decisões ainda estão por vir...se que você já passou por várias delas e ainda terá mais uns bilhões de decisões por vir...todas elas de extrema importância para guiar seu destino...mas lembre-se sempre: a vida não é uma corrida em linha reta. Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de chegada. E nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida... A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..."Se, no meio da viagem você sentir enjôo ou não gostar dos cenários, puxe a alavanca de emergência e caia fora. Se, depois de chegar lá, ouvir falar de um destino mais alegre, ponha a mochila nas costas, e procure um outro destino.
Sorte, sensatez e muita felicidade em suas decisões, meu amor...e é claro que eu espero estar presente em suas próximas viagens e escolhas por muitos e muitos anos...Te amo gordinho!!!
Roberta Borato
Sete Lagoas, 08 de dezembro de 2007
Pequeno,
Decidir é a palavra do dicionário brasileiro que me causa mais espanto, porque ao mesmo tempo em que ela representa liberdade (porque as decisões de toda nossa vida só cabem à gente mesmo) ela também traz a sensação de prisão (as decisões tomadas de forma errada parecem amarras que nos prendem a vida inteira)...e as decisões começam bem cedo...ainda criança temos que decidir entre um brinquedo ou outro, na adolescência acontece uma explosão de decisões: qual roupa vestir, qual amigo é verdadeiro, com quem vai ser o primeiro beijo, etc... Rubem Alves costuma dizer que os adolescentes sempre têm os bolsos cheios de certezas. “Só muito tarde descobrem que certezas valem menos que um tostão. Seria muito mais racional e menos doloroso que eles fossem obrigados a escolher a mulher ou o marido ao invés da profissão, porque hoje o casamento é destino para o qual só se vende passagem de ida e volta. Casar e descasar são coisas que se resolvem rápido. Mas, com a profissão não tem jeito de fazer assim. Pra casar, basta amar. Na profissão, além de amar tem de saber. E o saber leva tempo pra crescer. A viagem para a faculdade dura cinco anos, pelo menos. E se depois de chegar e não gostar? Nada garante...É complicado. Leva pelo menos outros cinco anos para chegar a um outro lugar, com esse bilhete que se chama vestibular e essa ferrovia que se chama universidade”.
Pronto, você chegou (aliás, está chegando, hehe) no próximo passo além da universidade...as dúvidas permanecem mas a vida te joga outra decisão...e agora? “Entregar-se a uma profissão é igual a entrar para uma ordem religiosa. Os religiosos, por amor a Deus, fazem votos de castidade, pobreza e obediência. Pois, no momento em que você escrever a palavra fatídica no espaço em branco, você estará fazendo também os seus votos de dedicação total á sua ordem. Cada profissão é uma ordem religiosa, com seus papas, bispos, catecismos, pecados e inquisições. Se você disser que a decisão não é tão séria assim, que o que está em jogo é só o aprendizado de um ofício para se ganhar a vida e, possivelmente, ficar rico, eu posso até dizer: "Tudo bem! Só que fico com dó de você! Pois não existe coisa mais chata que trabalhar só para ganhar dinheiro. É o mesmo que dizer que, no casamento, amar não importa. É o mesmo que estar casado com alguém que você não gosta mas é obrigado a, diariamente, fazer carinho, agradar e fazer amor. Pode existir coisa mais terrível que isso? Pois é a isso que está obrigada uma pessoa, casada com uma profissão sem gostar dela.
O que eu queria dizer com isso tudo é que muitas escolhas e decisões ainda estão por vir...se que você já passou por várias delas e ainda terá mais uns bilhões de decisões por vir...todas elas de extrema importância para guiar seu destino...mas lembre-se sempre: a vida não é uma corrida em linha reta. Quando se começa a correr na direção errada, quanto mais rápido for o corredor, mais longe ele ficará do ponto de chegada. E nada é definitivo. Nem o casamento. Nem a profissão. E nem a própria vida... A coisa não está nem na partida e nem na chegada, mas na travessia..."Se, no meio da viagem você sentir enjôo ou não gostar dos cenários, puxe a alavanca de emergência e caia fora. Se, depois de chegar lá, ouvir falar de um destino mais alegre, ponha a mochila nas costas, e procure um outro destino.
Sorte, sensatez e muita felicidade em suas decisões, meu amor...e é claro que eu espero estar presente em suas próximas viagens e escolhas por muitos e muitos anos...Te amo gordinho!!!
Roberta Borato
Solenidade...ela chega...repara as vestimentas dos outros convidados...fica um pouco incomodada... cumprimenta as pessoas de forma educada e senta-se a uma mesa com pessoas desconhecidas...ri, ri sempre um sorriso sem graça quando se vê em situações desconfortáveis...as pessoas da mesa reclamam do atendimento dos garçons...culpam os garçons, a falta de bebidas, a comida e, claro...os organizadores da solenidade...ela finge concordar para não ter que dizer o que pensa... e pensa muito... (ela pensa em como os garçons não tem culpa, ela pensa na economia que os organizadores da festa pensaram em ter colocando seus funcionários para trabalharem como garçons ou invés de contratar um bufê adequado...ela pensa no quanto é importante as profissões e como elas regem o mundo e é também por isso que existem estudos diversos, conhecimentos específicos, etc...e que cada profissional é importante naquilo que sabe)...seu pensamento é interrompido por mais um comentário maldoso sobre o prato que está sendo servido...ela dá mais um sorrisinho sem graça e tenta, com toda firmeza do mundo, concordar com o falante para ser cordial...todas àquelas mentiras que riu e disse para ser agradável começa a irritar seus pensamentos...pronto, está quase na hora de ir embora...ela é perguntada sobre sua vida, seus estudos, trabalhos...(pronto, mais um assunto chato que ela tenta desviar para não ter que assumir que formou há dois anos e que, no fim das contas, ela ainda não conseguiu um emprego e fica o dia inteiro em casa lamentando a falta dele enquanto manda currículos, inventa pinturas, desenhos, fotografias, filmes e pequenos freelas)...enfim a solenidade está chegando ao fim...ela se despede das pessoas que estão à mesa, chega em casa, tira o salto, lava o rosto e sai novamente de tênis, camiseta e mochila...enfim na mesa de um bar ela fala sobre a tal solenidade com alguns amigos sem entrar em detalhes sobre seus pensamentos...(então, ela pensa: ai, que saudade de escrever no meu blog...)
“eu voltei, agora p/ ficar....eu voltei, aqui é meu lugar”.....
“eu voltei, agora p/ ficar....eu voltei, aqui é meu lugar”.....
“Há momentos em que a gente sente de súbito a presença da harmonia eterna. É um sentimento claro, indiscutível, absoluto. Apanhamos de repente a natureza inteira e dizemos é exatamente assim! É uma alegria tão grande! Se durasse mais de cinco segundos a alma não suportaria e teria de desaparecer. Nesses cinco segundo vivo uma experiência inteira, e por eles daria toda a minha vida, pois eles bem o valem” Dostoievski.
O que é essencial? No dicionário é indispensável, necessário, importante...ando fazendo listas em minha cabeça de coisas essenciais e me perco entre elas, porque o mundo atual prova e contradiz o tempo inteiro a idéia de essencial para a sociedade... e eu, hora engulo, hora questiono, hora enlouqueço, hora escolho....aliás, essas duas palavrinhas que começa com a vogal e: essencial e escolha, tem feito muita confusão em minha cabeça...o que é essencial e o que é escolha para mim...
Essencial é cheiro de mato, estrelas no céu, cachoeira, bons amigos e minha família querida...
Essencial é meu pequeno...
Essencial é dias de sol com picolé e água gelada, dias de chuva com filme e pipoca...
Essencial é estudar bastante, passar num concurso público para jornalista e trabalhar para ter meu cantinho...
Essencial é ler um livro que te ensina para o resto da vida...ver um filme que te faça analisar sobre o mundo
Essencial é ouvir o barulho do vento na janela do quarto enquanto estou de meia no pé debaixo do edredom...
Essencial é conversar na cozinha com meu pai, minha mãe e irmãos...
Essencial é ver pessoas que eu amo felizes com seus afazeres...
Essencial é barzinho, cerveja gelada, música boa e amigos especiais...
Escolha...escolha é decidir o que é essencial no momento...hehehe...
“Esse sofá tá bom demais, deixa o verão pra mais tarde” Rodrigo Amarante
O que é essencial? No dicionário é indispensável, necessário, importante...ando fazendo listas em minha cabeça de coisas essenciais e me perco entre elas, porque o mundo atual prova e contradiz o tempo inteiro a idéia de essencial para a sociedade... e eu, hora engulo, hora questiono, hora enlouqueço, hora escolho....aliás, essas duas palavrinhas que começa com a vogal e: essencial e escolha, tem feito muita confusão em minha cabeça...o que é essencial e o que é escolha para mim...
Essencial é cheiro de mato, estrelas no céu, cachoeira, bons amigos e minha família querida...
Essencial é meu pequeno...
Essencial é dias de sol com picolé e água gelada, dias de chuva com filme e pipoca...
Essencial é estudar bastante, passar num concurso público para jornalista e trabalhar para ter meu cantinho...
Essencial é ler um livro que te ensina para o resto da vida...ver um filme que te faça analisar sobre o mundo
Essencial é ouvir o barulho do vento na janela do quarto enquanto estou de meia no pé debaixo do edredom...
Essencial é conversar na cozinha com meu pai, minha mãe e irmãos...
Essencial é ver pessoas que eu amo felizes com seus afazeres...
Essencial é barzinho, cerveja gelada, música boa e amigos especiais...
Escolha...escolha é decidir o que é essencial no momento...hehehe...
“Esse sofá tá bom demais, deixa o verão pra mais tarde” Rodrigo Amarante
Sonhei com bons amigos...àqueles que a gente conquista ao longo de nossa história e independentemente do que aconteça, dos imprevistos da vida...eles estão ali, prontos para tentar te fazer sentir melhor...consideram seus erros como necessários e suas vontades como compreensivas...e são fiéis, são sinceros e o único interesse deles em você é a sua amizade...
Tenho bons amigos...poucos...mas AMIGOS...e nossa, como isso me faz bem...me faz pensar que o mundo não é tão ruim assim, e que essas pessoas que não foram suficientemente honestas comigo devem ser um monte de bostas que não mereciam minha atenção e dedicação...
AMIGOS, obrigada por vcs existirem....
“Tenho as opiniões mais desencontradas, as crenças mais diversas. É que nunca penso,enm falo, nem ajo...Pensa, fala, age por mim sempre um sonho qualquer meu, em que me encarno de momento. Vou a falar e falo eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetencia ante tudo quanto é a vida. Não sei os gestos a ato nenhum real, nunca aprendi a existir. Tudo o que quero consigo, logo que seja dentro de mim” Fernando Pessoa
Tenho bons amigos...poucos...mas AMIGOS...e nossa, como isso me faz bem...me faz pensar que o mundo não é tão ruim assim, e que essas pessoas que não foram suficientemente honestas comigo devem ser um monte de bostas que não mereciam minha atenção e dedicação...
AMIGOS, obrigada por vcs existirem....
“Tenho as opiniões mais desencontradas, as crenças mais diversas. É que nunca penso,enm falo, nem ajo...Pensa, fala, age por mim sempre um sonho qualquer meu, em que me encarno de momento. Vou a falar e falo eu-outro. De meu, só sinto uma incapacidade enorme, um vácuo imenso, uma incompetencia ante tudo quanto é a vida. Não sei os gestos a ato nenhum real, nunca aprendi a existir. Tudo o que quero consigo, logo que seja dentro de mim” Fernando Pessoa
Quando a gente termina um namoro é estranho. A gente sente uma mistura de emoções que nos confundem, entristece e alegra...ao mesmo tempo que a gente sente o vazio q a pessoa amada deixou, a gente sente necessidade de querer curtir aquelas coisas que a gente sempre gostou e ficaram esquecidas, guardadas durante o tempo do namoro...não por evitar mágoas, mas pq um namoro (qdo bem vivido) te ocupa, te consome e vc nem arruma tempo p/ curtir momentos que deveriam ser só seus...(momentos egoístas mesmo, “O Lado Bom” http://zelia-duncan.letras.terra.com.br/letras/424474/).
Essas questões de solidão (momento egoísta) e de fazer o que quer me lembrou um caso de família. No início do ano, meu avô materno teve mais uma crise de soluço incontrolável... de ter que parar no hospital por causa da freqüência do soluço que o impedia de completar uma frase inteira sem se contrair num soluço...daí os 7 filhos começaram a questionar o porque da crise: problemas familiares? Solidão? (já q ele mora sozinho desde a morte da minha avô qdo eu ainda tinha 4 anos) etc...cogitaram a idéia de ele vir morar aqui em casa, ou na casa de outro filho, mas ele se negou... (pensei, nossa, mas q cabeça dura)...daí coincidiu de eu estar voltando para a casa dos meus pais...e como isso me tocou por dentro, já que eu estava me acostumando a morar sozinha e estava gostando muito da situação, mas infelizmente tive q voltar...refleti sobre minha situação e conclui que entendo perfeitamente bem pq meu avô não quer morar na casa dos outros...qdo a gente tem o nosso cantinho é a maior sensação de liberdade que alguém pode ter...como só existe você entre quatro paredes, pode-se fazer o que quiser: se sentir vontade de dormir o dia inteiro... é só deitar (e até ligar p/ o patrão falando que está passando mal) não tem ninguém p/ te delatar... se quiser comer 4 pães como almoço e tomar uma coca-cola geladaça de manhã ou deixar a cama desarrumada por 3 dias seguintes ou um copo do lado da cama que só vai sair dali se você tirar é uma questão de escolhas que não vai ter mais ninguém para opinar...Não que meu avô faça esse tipo de coisa, porque isso quem fazia era eu, mas com certeza ele tem coisas que gosta e se acostumou a fazer sozinho...seria muito chato p/ ele ter que abrir mão dessas coisas....
Eu e meu avô (apesar de não nos encontrarmos muito) sempre tivemos uma grande afinidade...entre eles o gosto por morar sozinhos, hábito de ler jornais ou livros (foi ele quem mais me apoiou qdo decidi fazer jornalismo) e interesse por pesquisas... e numa de nossas conversas sobre cultura popular, descobri sua história no Vale do Jequitinhonha...seus olhos brilhavam de saudades e medo qdo me contou que nunca mais tinha visitado sua cidade natal desde que saiu de lá aos 11 anos com uma mochila nas costas e mil sonhos de ganhar a vida na capital mineira...bom, sua trajetória é longa e muito bonita, mas se eu for contar vou precisar de umas 100 páginas do blog...mas resumindo a história, ouvi atentamente todas as suas lembranças e insisti para fazermos uma viagem p/ voltar naquela cidade...seus olhos brilhavam ainda mais de esperança e medo...medo de não reconhecer aquela região que estava fotografada apenas em sua memória, medo de não encontrar mais ninguém que fez parte de sua história lá, etc...fui embora de lá sem conseguir convencê-lo da viagem...mas sabia que esse passeio seria um sonho para mim e para ele...insisti, insisti, conversei com meus pais a respeito, minha mãe confirmou que realmente seria um presentão leva-lo até lá...ela gastou horas tentando convence-lo mas foi meu pai que com um passe de mágica o convenceu...fizemos as malas, preparei minha máquina, flash e pilhas...e finalmente fomos: eu, meu avô, meu pai e minha mãe...não vou contar a viagem...as fotos estão no www.anexoganesh.com.br ...mas resumindo tudo q queria dizer é: não importa o que aconteceu com a pessoa amada ou com o lugar...a fotografia de tudo fica na memória então não rola de passar a vida inteira lamentando ou sonhando...assim, como eu q estou curtindo pequenas coisas que ficaram guardadas meu avô agora não precisa ter medo de suas memórias pq ele foi lá, fotografou suas novas lembranças...e renovou seus sentimentos sobre o lugar...
* novamente não sei pq escrevi tudo isso....haha..
Essas questões de solidão (momento egoísta) e de fazer o que quer me lembrou um caso de família. No início do ano, meu avô materno teve mais uma crise de soluço incontrolável... de ter que parar no hospital por causa da freqüência do soluço que o impedia de completar uma frase inteira sem se contrair num soluço...daí os 7 filhos começaram a questionar o porque da crise: problemas familiares? Solidão? (já q ele mora sozinho desde a morte da minha avô qdo eu ainda tinha 4 anos) etc...cogitaram a idéia de ele vir morar aqui em casa, ou na casa de outro filho, mas ele se negou... (pensei, nossa, mas q cabeça dura)...daí coincidiu de eu estar voltando para a casa dos meus pais...e como isso me tocou por dentro, já que eu estava me acostumando a morar sozinha e estava gostando muito da situação, mas infelizmente tive q voltar...refleti sobre minha situação e conclui que entendo perfeitamente bem pq meu avô não quer morar na casa dos outros...qdo a gente tem o nosso cantinho é a maior sensação de liberdade que alguém pode ter...como só existe você entre quatro paredes, pode-se fazer o que quiser: se sentir vontade de dormir o dia inteiro... é só deitar (e até ligar p/ o patrão falando que está passando mal) não tem ninguém p/ te delatar... se quiser comer 4 pães como almoço e tomar uma coca-cola geladaça de manhã ou deixar a cama desarrumada por 3 dias seguintes ou um copo do lado da cama que só vai sair dali se você tirar é uma questão de escolhas que não vai ter mais ninguém para opinar...Não que meu avô faça esse tipo de coisa, porque isso quem fazia era eu, mas com certeza ele tem coisas que gosta e se acostumou a fazer sozinho...seria muito chato p/ ele ter que abrir mão dessas coisas....
Eu e meu avô (apesar de não nos encontrarmos muito) sempre tivemos uma grande afinidade...entre eles o gosto por morar sozinhos, hábito de ler jornais ou livros (foi ele quem mais me apoiou qdo decidi fazer jornalismo) e interesse por pesquisas... e numa de nossas conversas sobre cultura popular, descobri sua história no Vale do Jequitinhonha...seus olhos brilhavam de saudades e medo qdo me contou que nunca mais tinha visitado sua cidade natal desde que saiu de lá aos 11 anos com uma mochila nas costas e mil sonhos de ganhar a vida na capital mineira...bom, sua trajetória é longa e muito bonita, mas se eu for contar vou precisar de umas 100 páginas do blog...mas resumindo a história, ouvi atentamente todas as suas lembranças e insisti para fazermos uma viagem p/ voltar naquela cidade...seus olhos brilhavam ainda mais de esperança e medo...medo de não reconhecer aquela região que estava fotografada apenas em sua memória, medo de não encontrar mais ninguém que fez parte de sua história lá, etc...fui embora de lá sem conseguir convencê-lo da viagem...mas sabia que esse passeio seria um sonho para mim e para ele...insisti, insisti, conversei com meus pais a respeito, minha mãe confirmou que realmente seria um presentão leva-lo até lá...ela gastou horas tentando convence-lo mas foi meu pai que com um passe de mágica o convenceu...fizemos as malas, preparei minha máquina, flash e pilhas...e finalmente fomos: eu, meu avô, meu pai e minha mãe...não vou contar a viagem...as fotos estão no www.anexoganesh.com.br ...mas resumindo tudo q queria dizer é: não importa o que aconteceu com a pessoa amada ou com o lugar...a fotografia de tudo fica na memória então não rola de passar a vida inteira lamentando ou sonhando...assim, como eu q estou curtindo pequenas coisas que ficaram guardadas meu avô agora não precisa ter medo de suas memórias pq ele foi lá, fotografou suas novas lembranças...e renovou seus sentimentos sobre o lugar...
* novamente não sei pq escrevi tudo isso....haha..
Impulsionada por alguns amigos decidi fazer caminhada todas as manhãs...na verdade trata-se de mais que uma caminhada...resolvi acompanhá-los a subir a serra de sta helena todos os dias...e há quatro semana faço disso uma rotina – acordo às 6, encontro alguns companheiros no pé da serra às 6:30 e lá vamos nós...é claro que o ritmo de caminhada das pessoas é diferente mas caminhávamos todos juntos nas primeiras semanas...mas nessa última semana resolvi acompanhar meu ritmo interno...resultado: subo a serra sozinha e espero os espero lá em cima por alguns minutos...
minuto no dicionário significa sexagésima parte da hora; sexagésima parte do grau; momento, instante...mas se repararmos bem, os minutos mudam o sentido de tempo dependendo da situação, tipo: um minuto numa fila é infinitamente maior que um minuto na frente da tv, um minuto quando estamos apertados para ir ao banheiro é infinitamente maior e mais doloroso que um minuto deliciando um belo sorvete...
bom, voltando ao momento em que eu esperava meus amigos lá no banquinho de frente para a igrejinha da serra, senti um bem-estar incrível...sabe àqueles minutos matinais tão longos que dá para analisar e planejar todo o seu dia?...pois é, me aconteceu algo incrível naquela sexta-feira...
eu ali sozinha deitada no banco ouvindo o barulho e o frescor do vento simplesmente não pensei em nada...um nada incrível que eu só me dei conta quando o pessoal chegou e percebi que não fazia meses que eu estava ali deitada naquele banco e sim – simples minutos...logo eu que sempre achei que estar pensando era a coisa mais importante do mundo, logo eu que me culpava quando não tinha nada para fazer, e me sentia na obrigação de estar pensando, planejando, resolvendo meus problemas e se eles não existissem, resolvendo os problemas dos outros ao meu redor...
é, eu descobri o prazer de “não fazer nada”...me permiti ser impotente quanto aos milhares de problemas que eu e minha família estamos enfrentando atualmente, descobri que não posso mudar a cabeça das pessoas ao meu redor, seja namorado, amigo, primo, tia, cachorro, vizinho...tudo isso por alguns minutos...que se passaram...
Rubem Alves disse:
(...) dever é isto: aquela voz que grita mais alto que meus desejo e me obriga a fazer o que não quero. Pois, se eu quisesse, ela não precisaria gritar. Eu faria por puro prazer. E se grita, para me obrigar à obediência, é porque o que o dever ordena não é aquilo que a lama pede. (...)
Fernando Pessoa disse:
Ah! A frescura na face de não cumprir um dever! Só podemos ser felizes quando formos como os ipês; quando florescemos porque florescemos; quando ninguém nos ordena o que fazer, e o que fazemos é só filho do prazer (...)
(...) Somos o intervalo entre o nosso desejo e aquilo que o desejo dos outros fez de nós (...)
Voltando ao Rubem Alves:
“lembro-me das minhas primeiras lições de filosofia, de como eu me ri quando li que, para o Taoísmo, a felicidade suprema é aquilo a que dão o nome de Wu-Wei, fazer nada. Achei que eram doidos. Porque, naqueles tempos, eu era um ético que julgava que a ação era a coisa mais importante. Ainda não havia aprendido as lições do Paraíso – que quando se está diante da beleza só nos resta...fazer nada, gozar a felicidade que nos é oferecida”.
minuto no dicionário significa sexagésima parte da hora; sexagésima parte do grau; momento, instante...mas se repararmos bem, os minutos mudam o sentido de tempo dependendo da situação, tipo: um minuto numa fila é infinitamente maior que um minuto na frente da tv, um minuto quando estamos apertados para ir ao banheiro é infinitamente maior e mais doloroso que um minuto deliciando um belo sorvete...
bom, voltando ao momento em que eu esperava meus amigos lá no banquinho de frente para a igrejinha da serra, senti um bem-estar incrível...sabe àqueles minutos matinais tão longos que dá para analisar e planejar todo o seu dia?...pois é, me aconteceu algo incrível naquela sexta-feira...
eu ali sozinha deitada no banco ouvindo o barulho e o frescor do vento simplesmente não pensei em nada...um nada incrível que eu só me dei conta quando o pessoal chegou e percebi que não fazia meses que eu estava ali deitada naquele banco e sim – simples minutos...logo eu que sempre achei que estar pensando era a coisa mais importante do mundo, logo eu que me culpava quando não tinha nada para fazer, e me sentia na obrigação de estar pensando, planejando, resolvendo meus problemas e se eles não existissem, resolvendo os problemas dos outros ao meu redor...
é, eu descobri o prazer de “não fazer nada”...me permiti ser impotente quanto aos milhares de problemas que eu e minha família estamos enfrentando atualmente, descobri que não posso mudar a cabeça das pessoas ao meu redor, seja namorado, amigo, primo, tia, cachorro, vizinho...tudo isso por alguns minutos...que se passaram...
Rubem Alves disse:
(...) dever é isto: aquela voz que grita mais alto que meus desejo e me obriga a fazer o que não quero. Pois, se eu quisesse, ela não precisaria gritar. Eu faria por puro prazer. E se grita, para me obrigar à obediência, é porque o que o dever ordena não é aquilo que a lama pede. (...)
Fernando Pessoa disse:
Ah! A frescura na face de não cumprir um dever! Só podemos ser felizes quando formos como os ipês; quando florescemos porque florescemos; quando ninguém nos ordena o que fazer, e o que fazemos é só filho do prazer (...)
(...) Somos o intervalo entre o nosso desejo e aquilo que o desejo dos outros fez de nós (...)
Voltando ao Rubem Alves:
“lembro-me das minhas primeiras lições de filosofia, de como eu me ri quando li que, para o Taoísmo, a felicidade suprema é aquilo a que dão o nome de Wu-Wei, fazer nada. Achei que eram doidos. Porque, naqueles tempos, eu era um ético que julgava que a ação era a coisa mais importante. Ainda não havia aprendido as lições do Paraíso – que quando se está diante da beleza só nos resta...fazer nada, gozar a felicidade que nos é oferecida”.
Foi um fim de semana torto....daqueles cobertos de tensão...que me doeu a alma, a cabeça, e agora me dói o estômago...
A L M A
L A A M
M M L A
A A A L
“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da consciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos. O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas” Trecho do “Livro do Desassossego”, Fernando Pessoa
A L M A
L A A M
M M L A
A A A L
“Os sentimentos que mais doem, as emoções que mais pungem, são os que são absurdos – a ânsia de coisas impossíveis, precisamente porque são impossíveis, a saudade do que nunca houve, o desejo do que poderia ter sido, a mágoa de não ser outro, a insatisfação da existência do mundo. Todos estes meios tons da consciência da alma criam em nós uma paisagem dolorida, um eterno sol-pôr do que somos. O sentirmo-nos é então um campo deserto a escurecer, triste de juncos ao pé de um rio sem barcos, negrejando claramente entre margens afastadas” Trecho do “Livro do Desassossego”, Fernando Pessoa
Tô em paz com as minhas unhas
Tô em guerra com meu cabelo
Sempre em guerra com meu peso
Tô em paz com minhas crenças
Tô em guerra com meu estômago
Sempre em paz com meus amores
Tô em paz com o clima
Tô em guerra com algumas pessoas
(mas elas não sabem que estou guerriando)
Sempre em guerra com minha profissão
“Quando a gente tá contenteGente é gente (gato é gato!)Barata pode ser um barato totalTudo que você disser deve fazer bemNada que você comer deve fazer mal” Gilberto Gil
Tô em guerra com meu cabelo
Sempre em guerra com meu peso
Tô em paz com minhas crenças
Tô em guerra com meu estômago
Sempre em paz com meus amores
Tô em paz com o clima
Tô em guerra com algumas pessoas
(mas elas não sabem que estou guerriando)
Sempre em guerra com minha profissão
“Quando a gente tá contenteGente é gente (gato é gato!)Barata pode ser um barato totalTudo que você disser deve fazer bemNada que você comer deve fazer mal” Gilberto Gil
“ quanto mais a gente se conhece mais o encanto se perde”
Fulô e Pedro se conhecem num lindo dia de inverno...Fulô usava calça jeans, blusa ¾ e sapatos e Pedro usava all stars, malha e calça cáqui...assim que se viram surgiu o interesse, era uma fria tarde de inverno na casa da Nani...Fulô era a melhor amiga de Nani, por isso estava bem à vontade, cabelos castanhos bagunçado, olhar brilhante e falando...falando...Pedro não estava tão a vontade pois só conhecia Marcelo, namorado da Nani...mas se sentou e procurou seu cigarro no casaco para quebrar o mal-estar, mas enquanto procurava Fulô ofereceu-lhe um carlton, que Pedro aceitou com um sorriso singelo de obrigado e perguntou:
- Como você sabia que eu estava procurando meu cigarro?
Essa atitude quebrou o gelo e os dois foram se envolvendo, conversavam sobre música, política, pratos, bares, jogos etc...e o sexo? Ah! Eles se entendiam muito bem...
Com o tempo, Pedro começou a querer saber mais sobre a vida de Fulô, sugeriu que eles se conhecessem melhor, mas Fulô pediu a Pedro que deixasse que o encanto permanecesse, por isso não falaria sobre si mesma e nem gostaria de conhecê-lo melhor...esse mistério permaneceu nos dois primeiros meses...mas Pedro insistia e Fulô acabou cedendo aos poucos...Dois anos depois eles se separaram...motivo: resolveram conversar para tentar se entenderem...Como diz Rubem Alves: “é conversando que a gente se desentende”.
A separação vem da compreensão. Para ficar junto é melhor não entender. Rubem Alves completa: “Os casais acham que suas brigas se devem ao fato de não se entenderem e pedem então socorro aos terapeutas. Mas não é certo que, depois de se entenderem melhor, vão ficar juntos. Freqüentemente é no exato momento da compreensão que a separação se torna inevitável. Nada garante que o compreendido seja gostado”.
Uma vez fui num restaurante (desses self-service mesmo) e lá entre panelas e travessas estava uma carne linda e cheirosa, servida com cogumelos e molho madeira...coloquei no prato e enchi a boca para deliciá-la...estava macia, deliciosa...comentei com meu pai: nossa que carne macia! E ele me revelou: não é carne é língua de boi...Eu entendi, entendimento que me fez vomitar toda aquele deliciosa língua...é assim, às vezes, quando a gente não entende, como e gosta. Quando entende, desgosta e vomita.
A compreensão pode ser tão fatal para um relacionamento quanto foi para o meu jantar...hehe..
Fulô e Pedro se conhecem num lindo dia de inverno...Fulô usava calça jeans, blusa ¾ e sapatos e Pedro usava all stars, malha e calça cáqui...assim que se viram surgiu o interesse, era uma fria tarde de inverno na casa da Nani...Fulô era a melhor amiga de Nani, por isso estava bem à vontade, cabelos castanhos bagunçado, olhar brilhante e falando...falando...Pedro não estava tão a vontade pois só conhecia Marcelo, namorado da Nani...mas se sentou e procurou seu cigarro no casaco para quebrar o mal-estar, mas enquanto procurava Fulô ofereceu-lhe um carlton, que Pedro aceitou com um sorriso singelo de obrigado e perguntou:
- Como você sabia que eu estava procurando meu cigarro?
Essa atitude quebrou o gelo e os dois foram se envolvendo, conversavam sobre música, política, pratos, bares, jogos etc...e o sexo? Ah! Eles se entendiam muito bem...
Com o tempo, Pedro começou a querer saber mais sobre a vida de Fulô, sugeriu que eles se conhecessem melhor, mas Fulô pediu a Pedro que deixasse que o encanto permanecesse, por isso não falaria sobre si mesma e nem gostaria de conhecê-lo melhor...esse mistério permaneceu nos dois primeiros meses...mas Pedro insistia e Fulô acabou cedendo aos poucos...Dois anos depois eles se separaram...motivo: resolveram conversar para tentar se entenderem...Como diz Rubem Alves: “é conversando que a gente se desentende”.
A separação vem da compreensão. Para ficar junto é melhor não entender. Rubem Alves completa: “Os casais acham que suas brigas se devem ao fato de não se entenderem e pedem então socorro aos terapeutas. Mas não é certo que, depois de se entenderem melhor, vão ficar juntos. Freqüentemente é no exato momento da compreensão que a separação se torna inevitável. Nada garante que o compreendido seja gostado”.
Uma vez fui num restaurante (desses self-service mesmo) e lá entre panelas e travessas estava uma carne linda e cheirosa, servida com cogumelos e molho madeira...coloquei no prato e enchi a boca para deliciá-la...estava macia, deliciosa...comentei com meu pai: nossa que carne macia! E ele me revelou: não é carne é língua de boi...Eu entendi, entendimento que me fez vomitar toda aquele deliciosa língua...é assim, às vezes, quando a gente não entende, como e gosta. Quando entende, desgosta e vomita.
A compreensão pode ser tão fatal para um relacionamento quanto foi para o meu jantar...hehe..
Prepes*
Embora eu acreditasse nas injustiças do mundo, na existência e proliferação de diversos tipos de preconceito...embora eu sempre ter questionado o surgimento desses preconceitos, eu jamais havia estudado tanto sobre eles como agora...em que mais uma etapa de aprendizagens começou (junto com a chegada do ano) na minha vida. Dia 10 iniciou-se o curso de pós-graduação em História e Cultura Afro-Brasileira na Puc-Minas (é tb por esse motivo que eu não escrevo no blog: falta de tempo por causa da pós)...e, desde então, todos os meus questionamentos a respeito da nossa descendência, das raízes da cultura popular, da diferença que se estabeleceu entre branco e preto e como os “brancos” conseguiram exercer soberania sobre os negros e escravizá-los, estão sendo aos poucos desmistificados na minha cabeça...mas toda essa aprendizagem, ao mesmo tempo que esclarece me causa revolta e me mostra como somos pequenos, como somos pequenos grãos de areia perto de um problema maior que o Saara (literalmente). De repente, vários historiadores, uma prof. de matemática e uma jornalista (no caso eu, hehe) descobrem que literalmente o “buraco é mais embaixo”. A arma? grandes mestres...professores do Prepes (Programa de Pós-Graduação “Lato Sensu”). A munição? nós alunos, prontos para serem disparados...os ingredientes dessas balas são as novas perspectivas e conhecimentos a respeito da NOSSA história que nunca havia merecido, sequer, um capítulo inteiro nos livros didáticos brasileiros que sempre se contentaram em apresentar os negros a partir da colonização...como se eles tivessem nascidos de “geração espontânea” nos navios negreiros que desembarcaram aqui...Os atingidos? Bom, se formos capaz, os atingidos serão todos aqueles que nos cercam, sejam eles alunos, amigos, leitores, etc...espero que tenhamos sorte nessa caminhada...
*aos novos amigos e companheiros de caminhada
Embora eu acreditasse nas injustiças do mundo, na existência e proliferação de diversos tipos de preconceito...embora eu sempre ter questionado o surgimento desses preconceitos, eu jamais havia estudado tanto sobre eles como agora...em que mais uma etapa de aprendizagens começou (junto com a chegada do ano) na minha vida. Dia 10 iniciou-se o curso de pós-graduação em História e Cultura Afro-Brasileira na Puc-Minas (é tb por esse motivo que eu não escrevo no blog: falta de tempo por causa da pós)...e, desde então, todos os meus questionamentos a respeito da nossa descendência, das raízes da cultura popular, da diferença que se estabeleceu entre branco e preto e como os “brancos” conseguiram exercer soberania sobre os negros e escravizá-los, estão sendo aos poucos desmistificados na minha cabeça...mas toda essa aprendizagem, ao mesmo tempo que esclarece me causa revolta e me mostra como somos pequenos, como somos pequenos grãos de areia perto de um problema maior que o Saara (literalmente). De repente, vários historiadores, uma prof. de matemática e uma jornalista (no caso eu, hehe) descobrem que literalmente o “buraco é mais embaixo”. A arma? grandes mestres...professores do Prepes (Programa de Pós-Graduação “Lato Sensu”). A munição? nós alunos, prontos para serem disparados...os ingredientes dessas balas são as novas perspectivas e conhecimentos a respeito da NOSSA história que nunca havia merecido, sequer, um capítulo inteiro nos livros didáticos brasileiros que sempre se contentaram em apresentar os negros a partir da colonização...como se eles tivessem nascidos de “geração espontânea” nos navios negreiros que desembarcaram aqui...Os atingidos? Bom, se formos capaz, os atingidos serão todos aqueles que nos cercam, sejam eles alunos, amigos, leitores, etc...espero que tenhamos sorte nessa caminhada...
*aos novos amigos e companheiros de caminhada
Ontem resolvi arrumar meu armário...quis organizar pedaços da minha vida impressos em carteiras de estudante vencidas, fotos, textos e mais textos em xerox, cartas antigas, agendas velhas, desenhos, rabiscos e poemas...e agora consegui enfim acabar a arrumação e nossa!!!! Como eu me sinto feliz!!! A razão dessa felicidade foi um encontro com uma agenda antiga...bom, vou explicar:: quando era adolescente (14 anos) eu descobri os prazeres da internet e na época me deslumbrei com o fato de poder conversar com outras pessoas em bate-papos virtuais...era muito bacana porque numa conversa virtual eu podia (posso) brincar de ser tudo: cinderela à bruxa, patinho feio à príncipe encantado...e eu inventava nomes, personagens, etc...mas o personagem que eu mais gostava de inventar era uma versão do que eu queria ser “quando crescer”... inventava que era uma estudante de jornalismo que morava em Belo Horizonte, no bairro Floresta (o único que conhecia na época) e trabalhava com jornalismo cultural, hahaha é verdade (sonho antigo)...eu achava muito chique falar que era jornalista e como eu não tinha noção do que era internet na verdade, eu ficava com medo de falar que era de sete lagoas e as pessoas me reconhecerem...hehehe... e inventava idades mais avançadas para conversar com pessoas mais interessantes...e de repente, cá estou...eu realmente morei em bh no bairro floresta (e to voltando p/ lá), eu realmente virei jornalista, e realmente trabalho com cultura...devo me sentir feliz, não devo??? A gente passa a vida inteira buscando o excepcional, passa a vida inteira achando que as coisas sempre poderiam estar melhores e quando voltamos ao passado é que valorizamos o que somos hoje (isso, quando as pessoas conseguem fazer essa auto-análise e reconhecer que estão melhores)...bom, o otimismo tomou conta de mim hoje (graças a um armário bagunçado) hehe..
“não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingindos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes” Rubem Alves
se é bom ou se é mau, só o futuro dirá
“não há nenhuma vitória profissional ou amorosa que garanta que a vida finalmente se arranjou e nenhuma derrota que seja uma condenação final. As vitórias se desfazem como castelos de areia atingindos pelas ondas, e as derrotas se transformam em momentos que prenunciam um começo novo. Enquanto a morte não nos tocar, pois só ela é definitiva, a sabedoria nos diz que vivemos sempre à mercê do imprevisível dos acidentes” Rubem Alves
se é bom ou se é mau, só o futuro dirá
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